Muito do que
fazemos está diretamente relacionado a uma expectativa de resultados. Dedicar nosso precioso tempo a um projeto,
uma idéia ou uma pessoa pode ser frustrante ou gratificante. Tenho pensado
muito em como administrar meu tempo para trabalhar bastante sem parar de
estudar e, se possível, encontrar os amigos (muitos deles distantes) com uma
frequência razoavelmente satisfatória. Nesse processo, acabei redescobrindo que
a profissão de músico é mais do que executar tarefas, requer envolvimento total
e equilíbrio entre intuição e racionalidade.
Mas isso vale
pra qualquer profissão. Na verdade, vale quando o profissional realmente se interessa
pelo que faz. Costumo dizer que um grande problema da sociedade moderna é o
excesso de profissionais (qualificados ou não) exercendo funções pelas quais
alimentam um desprezo maior do que qualquer retorno obtido em suas atividades.
No mundo ideal, o policial seria o sujeito que quer (de fato) prender o
criminoso, o político seria interessado em renovar a estrutura social do país,
o advogado estaria em busca de justiça.
Sabemos que
não estamos no mundo ideal. Mas devemos buscar os resultados mais próximos dos
nossos ideais, tendo consciência de que nossos atos geram conseqüências. Assim
como na física moderna a busca pelos elétrons nos dá “possibilidades” ao invés
de localização precisa, a busca pelos ideais certamente gera resultados, mas
são possibilidades tão diversas que podem culminar numa derrota lamentável ou
numa inesperada conquista.
Tenho visto
muitas pessoas de extrema capacidade e conhecimento que não têm coragem para
buscar a concretização de seus sonhos por medo das conseqüências (possivelmente)
negativas... Mas será que os resultados de nossas ações podem nos surpreender
positivamente? É possível... Possível, mas também improvável... Considerando
que pode dar errado, é aceitável nos recolhermos a uma rotina livre de riscos e
novas ambições. E nem sempre é socialmente aceitável fazer algo diferente ou
arriscar uma idéia fora do convencional.
A situação se torna
mais inquietante quando percebemos que boa parte do que desejamos está ao nosso
alcance. Um telefonema ou um e-mail
podem ser o princípio de uma realização pessoal, profissional ou seja lá o que
for. Por medo, preguiça ou insegurança,
deixamos de evoluir como seres humanos, de adquirir conhecimento, de mudar de
emprego (ou crescer na carreira), de rever amigos, de viajar...
Todos podemos
fazer mais e, principalmente, nos tornarmos algo melhor. É o que tenho dito pra
mim e pros meus amigos: “Seja mais!” Se você sabe até onde quer chegar, não
pare antes do destino. Nas palavras do meu amigo Matheus: “Não pare no meio da
pista, o caminho da volta é o mesmo que falta”.
Acredito que
só tenho essa vida e que ela é suficiente para realizar meus propósitos. Gosto
do que faço e tento ser um pouco melhor sempre que tenho oportunidade de
aprender. Creio que posso percorrer um
caminho que, ainda que longo e cansativo, pode me levar ao que desejo... Ou posso
criar outro caminho quando as tentativas se esgotarem. Como disse Bob Dylan: “Quando você não tem
nada, não tem nada a perder”... Sendo assim, prefiro a incerteza de me arriscar
nas minhas ambições artísticas do que o conforto cotidiano alimentado pelo pão
cansado de cada dia e pelo circo de piadas repetidas.
Estamos
cercados de opções para viver um fracasso precoce ou para seguir adiante. A
escolha é simples, mas implica em sair da segurança psicológica do que já
sabemos e mergulhar na aventura imprevisível do desconhecido. Não abro mão de
repetir o que se tornou meu lema: “É possível!” Vamos fazer o que for possível
e receber de braços abertos as possíveis conseqüências de nossos atos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFe, muito pertinente e profundo o texto. Outro dia estava conversando com um primo e nos perguntamos o motivo de haver tantos empreendimentos mal gerenciados. Talvez seja porque os bem preparados não tenham coragem para correr riscos.
ResponderExcluirEnfim, gosto muito de dizer que sempre haverá um aspecto positivo sobre tudo. Então, fica claro que há uma escolha diante (até) da mais traumática experiência.
A coragem acaba se tornando mais importante do que a capacitação... É possível aprender o que não se sabe, mas sem correr riscos, o conhecimento torna-se mero adereço... Valeu pelo comentário! Grande abraço!
ExcluirEu Fê!! Gostei muito desse texto tem muito haver com o meu projeto do bilíngue... posso mostra-lo para a minha turma??? Mas acho que antes tenho que passar para inglês né... hihihi!
ResponderExcluirTo com saudades!!
beijos Cê!!
Fique a vontade pra usar o texto... E boa sorte na tradução... hehehe... Muitas saudades também... Beijão
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